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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Incentivos para a Indústria Transformadora



Com vista a incentivar/ajudar a melhorar a competitividade Europeia, foi criado o projeto “Estratégia Europa 2020”, donde sai o programa “PORTUGAL 2020”, para o ciclo 2014-2020.



Este programa dá um enfâse especial ao “Crescimento Inteligente”, ou seja o desenvolvimento de uma economia baseada no conhecimento e na inovação (diferenciação).



Eixo Prioritário I – REFORÇO DA INVESTIGAÇÃO, DO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E DA INOVAÇÃO (OT1)

O Eixo I visa cinco Objetivos Específicos:

1- Aumentar a produção científica de qualidade reconhecida internacionalmente, orientada para a especialização inteligente e visando estimular uma economia de base tecnológica e de alto valor acrescentado, privilegiando a excelência, a cooperação e a internacionalização;

2- Reforçar a transferência de conhecimento científico e tecnológico para o setor empresarial, promovendo uma maior eficácia no Sistema de I&I e a criação de valor;

3- Aumentar o investimento empresarial em I&I, para promover o aumento das atividades económicas intensivas em conhecimento e a criação de valor baseada na inovação, reforçando a ligação entre as empresas e as restantes entidades do Sistema de I&I;

4- Reforçar as redes e outras formas de parceria e cooperação, que visem a inovação e a internacionalização de empresas e das cadeias de valor (clusterização);

5- Aumentar o investimento empresarial em atividades inovadoras (produto, processo, métodos organizacionais e marketing), promovendo o aumento da produção transacionável e internacionalizável e a alteração do perfil produtivo do tecido económico. (Grandes Empresas)



Eixo Prioritário II – REFORÇO DA COMPETITIVIDADE DAS PME E REDUÇÃO DE CUSTOS PÚBLICOS DE CONTEXTO (OT3 E OT2)

O Eixo II visa quatro Objetivos Específicos:

1- Promover o empreendedorismo qualificado e criativo; (PME)

2- Reforçar a capacitação empresarial para a Internacionalização, com vista a promover o aumento das exportações e da visibilidade internacional de Portugal; (PME)

3- Reforçar a capacitação empresarial das PME para o desenvolvimento de bens e serviços; (PME)

4- Reduzir custos de contexto através do reforço da disponibilidade e fomento da utilização de serviços em rede da administração pública e melhorar a eficiência da Administração.






Em termos numéricos este objetivo traduz-se em termos em 2020 um investimento em I&D a situar-se entre os 2,7% e os 3,3% do PIB, sendo que o investimento em I&D em 2012 representou 1,5% do PIB.


Porquê a necessidade destes incentivos financeiros?




Como pudemos ver no 1º “post” - Acompetitividade portuguesa



Em termos de avaliação da competitividade portuguesa feita pelo “World Economic Forum”,

Numa ranking final de 36/144 os maiores contributos para baixar a classificação foram os subtemas:

- 3rd pillar: Macroeconomic environment – 128/144

- 8th pillar: Financial market development – 104/144



E dentro destes:

- 3rd pillar: Macroeconomic environment - Government debt, % GDP – 128,8% - Ranking 138/144



- 8th pillar: Financial market development - Ease of access to loans – 2,4 – 108/144

In your country, how easy is it to obtain a bank loan with only a good business plan and no collateral? (1 = extremely difficult, 7 = extremely easy)



- 8th pillar: Financial market development - Soundness of banks – 4,2 – 111/144

In your country, how would you assess the soundness of banks? [1 = extremely low—banks may require recapitalization; 7 = extremely high—banks are generally healthy with sound balance sheets]



- 8th pillar: Financial market development - Legal rights index – 3,9 – 113/144

Degree of legal protection of borrowers' and lenders' rights on a 0–10 (best) scale



Ou seja, por outras palavras, a dívida pública é extremamente elevada (o governo não têm dinheiro), e existe muita dificuldade em conseguir empréstimos bancários junto dos bancos, visto que em termos legais a proteção dos credores é deficiente e como a solidez dos bancos é reduzida, os bancos não arriscam, salvo com planos de negócios muito bons.

É então necessário existirem outras formas para as empresas se financiarem, ou terem incentivos financeiros para o desenvolvimento do seu negócio.


Qual a razão o eixo I ser virado para a inovação e para as grandes empresas e o eixo II para as PMEs?




Como pudemos ver no 2º “post” - O estadoda Indústria Transformadora em Portugal



As PMEs representam:

- 99% das empresas da indústria transformadora em Portugal, em termos de número de entidades;

- 47% do volume de negócios no setor;

- 77% do volume de trabalhadores no setor;



E onde a remuneração média anual por trabalhador está abaixo da média no setor.



Em contrapartida as Grandes empresas representam:

- 53% do volume de negócios no setor;






Pudemos ver que o valor acrescentado em termos percentuais é menor nas grandes empresas, do que nas PMEs, pelo que o foco nas redução dos custos é ainda mais importante, e sobretudo no desenvolvimento.






Falamos nas cinco forças de Michael Porter

- O número de concorrentes e a sua rivalidade em determinado momento (afetado positivamente com a diferenciação/inovação e com o volume)

- A entrada de novos concorrentes (afetado positivamente com a diferenciação/inovação e com o volume)

- O poder de negociação dos clientes (afetado positivamente com a diferenciação/inovação)

- O poder de negociação dos fornecedores (afetado positivamente com o aumento de volume)

- O aparecimento de produtos substituto (afetado positivamente com a diferenciação/inovação)






Pudemos ver que o gráfico da Rentabilidade vs Volume para a Indústria Transformadora em Portugal está bastante diferente do esperado.

Onde vemos que as Grandes Empresas estão a conseguir fazer um bom controlo dos custos, mas terão que apostar na inovação para aumentarem o valor acrescentado dos seus produtos e consecutivamente aumentarem a rentabilidade. 
E vemos que as Microempresas e as Pequenas Empresas não estão a conseguir a diferenciação necessária, pois os seus níveis de rentabilidade são bastante reduzidos logo precisam de aumentar a diferenciação para conseguirem aumentar a rentabilidade e os aumentos de volumes que as levarão ás economias de escala.


Em que é que os eixos I e II do Portugal 2020 ajudam?


Eixo Prioritário I, Objetivos Específicos:
5- Aumentar o investimento empresarial em atividades inovadoras (produto [DIFERENCIAÇÃO], processo [CUSTOS], métodos organizacionais [CUSTOS] e marketing [DIFERENCIAÇÃO]), promovendo o aumento da produção [CUSTOS] transacionável e internacionalizável e a alteração do perfil produtivo do tecido económico [DIFERENCIAÇÃO]. (Grandes Empresas)



Eixo Prioritário II, Objetivos Específicos:

1- Promover o empreendedorismo qualificado e criativo [DIFERENCIAÇÃO]; (PME)

2- Reforçar a capacitação empresarial para a Internacionalização, com vista a promover o aumento das exportações e da visibilidade internacional de Portugal [CUSTOS]; (PME)

3- Reforçar a capacitação empresarial das PME para o desenvolvimento de bens e serviços [DIFERENCIAÇÃO+CUSTOS]; (PME)


Com este incentivos, tanto as grandes empresas como as PME podem ter uma ajuda a desenvolverem a sua competitividade, quer pela diferenciação, quer pela redução de custos associada ao aumento de volumes.

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