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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

O estado da Indústria Transformadora em Portugal

Continuando a fazer uma análise de números.

Eis o tecido empresarial em Portugal…

Fonte: Barómetro empresarial do site “einforma” relativo a dezembro de 2014

Onde a Indústria Transformadora só representa 9,1% das empresas em Portugal.
E cerca de 24% do VAB (valor acrescentado bruto) gerado em Portugal.

De acordo com o Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de Novembro, a divisão por tipo de empresas faz-se da seguinte forma.


Sendo assim, e de acordos com dados do Banco de Portugal relativos a 2013, a Indústria Transformadora em Portugal têm o seguinte perfil:
(dados do Banco de Portugal relativos a 2013)


(dados do Banco de Portugal relativos a 2013)


(dados do Banco de Portugal relativos a 2013)


Se agora seguirmos a Lei de Pareto dos 80-20.


Chegamos à conclusão que:
- 78,7% do volume de negócios do setor está em 5,9% das empresas;
- 71,2% do valor acrescentado bruto do setor está em 5,9% das empresas;
- 54,6% dos trabalhadores do setor estão em 5,9% das empresas;

E ainda descobrimos que 70,2% das empresas no setor, são micro empresas.

Analisando ainda os dados do Banco de Portugal relativos a 2013 para relativos à Indústria Transformadora, podemos calcular os seguintes rácios:


Se utilizar a “sempre falível” Wikipédia como fonte de informação, encontro ainda algo engraçado.

Lista das maiores empresas de produção na Europa por receita, descubro…


Ou seja, a maioria das maiores empresas da Europa estão na Alemanha.

Conclusões deste “post”:
  •  O valor acrescentado bruto por trabalhador é diretamente proporcional à dimensão da empresa.
  • A remuneração média por trabalhador é diretamente proporcional à dimensão da empresa.
Ou seja, se calhar posso dizer que temos uma economia de escala.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A competitividade portuguesa

 
Fazendo uma análise de números sobre o “status” da competitividade portuguesa, fui consultar o relatório sobre Portugal no “World Economic Forum”
http://reports.weforum.org/global-competitiveness-report-2014-2015/economies/#economy=PRT
 
Onde me chamaram a atenção os principais números:


Score
Rank / 144
Global Competitiveness Index, 1-7 (best)
4.5
36
1- Institutions, 1-7 (best)
4.4
41
2- Infrastructure, 1-7 (best)
5.7
17
3- Macroeconomic environment, 1-7 (best)
3.5
128
4- Health and primary education, 1-7 (best)
6.4
24
5- Higher education and training, 1-7 (best)
5.4
24
6- Goods market efficiency , 1-7 (best)
4.6
44
7- Labor market efficiency, 1-7 (best)
4.1
83
8- Financial market development, 1-7 (best)
3.6
104
9- Technological readiness, 1-7 (best)
5.4
26
10- Market size, 1-7 (best)
4.3
51
11- Business sophistication , 1-7 (best)
4.3
51
12- Innovation, 1-7 (best)
4.1
28

Melhor que a média / Pior que a média
 
Em resumo, os principais problemas (ranking abaixo do 100/144) para a nossa competitividade estão:



Score
Rank / 144
1.4.2 - Burden of government regulation, 1-7 (best)
3.0
108
1.4.3 - Efficiency of legal framework in settling disputes, 1-7 (best)
3.1
111
6.1.4- Effect of taxation on incentives to invest, 1-7 (best)
2.9
129
7.A- Labor market flexibility, 1-7 (best)
4.0
119
7.A.3- Hiring and firing practices, 1-7 (best)
3.3
113
7.A.4- Redundancy costs, weeks of salary
23.1
108
7.A.5- Effect of taxation on incentives to work, 1-7 (best)
2.8
131
7.B.1- Pay and productivity, 1-7 (best)
3.4
113
8.A.4- Ease of access to loans, 1-7 (best)
2.4
108
8.B- Trustworthiness and confidence, 1-7 (best)
3.9
113
8.B.1- Soundness of banks, 1-7 (best)
4.2
111
8.B.3- Legal rights index, 0-10 (best)
3.0
113

Em resumo:

- Temos muitos impostos;
- O custo com funcionários são muitos elevados;
(isto sem querer dizer que os salários sejam elevados)
- É difícil conseguir empréstimos bancários;
- Os bancos não são de “confiança”; 

E como está a nossa produtividade, por exemplo, quando comparamos com a Alemanha.

O indicador “GDP per hour worked” 

clip_image002[4]
Fonte site da OCDE (http://data.oecd.org/lprdty/gdp-per-hour-worked.htm)

A azul temos Portugal, a vermelho a Alemanha. 

Considerando 2005 como 100 temos em 2013:
· Portugal 110,02
· Alemanha 106,60 

O indicador “Labour productivity forecast”
clip_image004
Fonte site da OCDE (http://data.oecd.org/lprdty/labour-productivity-forecast.htm

A azul temos Portugal, a vermelho a Alemanha. 

Considerando 2010 como 1 teremos em 2016:
· Portugal 1,024
· Alemanha 1,048

E se calcularmos os custo hora homem médio.

Portugal
Germany
Earnings and wages (annual)
23 688 USD
43 682 USD
Hours worked (annual)
1 712
1 388
Hourly cost
13,84 USD
31,47 USD


127%

Valores médios relativos a 2013 obtidos do site da OCDE
Donde podemos concluir que o principal problema de Portugal não está a produtividade.